domingo, 25 de agosto de 2013

 
O ser humano tem um potencial extraordinário. Ao pequeno almoço de hoje o Sceptical Essays do Bertrand Russell brindou-me com esta prosa:
 
I wish to propose for the reader's favourable consideration a doctrine which may, I fear, appear wildly paradoxical and subversive. The doctrine in question is this: that it is undesirable to believe a proposition when there is no ground whatever for supposing it true.
 
É uma passagem dum livro gordo de sumo que ilustra na mouche o olhar crítico do autor perante a realidade. Observação, interpretação, conclusão. Livros que nos obrigam a pensar deviam ser obrigatórios na escola. Quão mais útil teria sido interpretar Russel no lugar de contar sílabas métricas em cantigas de amigo?
Saio eu deste banhinho reparador, enrijado e catita, para enfiar o pezinho em bosta. Da figurada, caro leitor. Fosse antes a literal. Essa, por desagradável que seja raspá-la das solas, é mister fisiológico. Parece que uma quantidade considerável de gente decidiu consagrar a trigésima quarta semana de dois mil e treze à mui produtiva discussão, na internet em geral e nas redes sociais em particular, acerca do alegado silicone que determinada actriz colocou nas nádegas e nas mamas. Os opinadores entrincheiraram-se dos dois lados da discussão, arremessando impropérios rasteirinhos. A visada abespinhiçou-se e veio a público mostrar, abespinhada, que não o estava. Críticos sociais e jornalistas tertuliaram acerca do problema com ar grave.
Demasiado de uma coisa boa enjoa, e como tal a vida brinda-nos com estes antónimos. É simpático da parte dela.

Sem comentários:

Enviar um comentário