segunda-feira, 19 de agosto de 2013


As ruas salpicadas de cafés e esplanadas, quando sai o sol, e os centros comerciais, doze meses por ano, são laboratórios sociológicos por excelência.
Constato uma certa tendência hodierna de passear na via pública em tronco nu. Normalmente mancebos a quem desponta o buço, embora não exclusivamente. É, contudo, o grupo maioritário. Partilho algumas das minhas notas de terreno de hoje.
 
Manhã soalheira de Agosto, vinte e oito graus centígrados, rua de comércio dum bairro lisboeta
 
Recolha |
O grupo é constituído por três jovens púberes. Dois deles em tronco nu, o terceiro com uma camisola de alças rasgada.
Tentam equilibrar nas coxas calções de ganga três números acima, com notória dificuldade  Esta acção impõe-lhes um andar coreico e exige o constante ajuste manual do cós. A região supra-púbica e sagrada espreita acima dos boxers, largos e de cores garridas.
Têm o ar levemente emaciado das crianças em acelerado crescimento epifisário, embora exibam o corpo com evidente orgulho. Tocam-se a si próprios várias vezes, maioritariamente no peito e nos braços.
Dois deles envergam bonés com a pala orientada para o lado direito, que ajeitam sempre que não estão a ajeitar os calções. Usam óculos de sol de cores primárias com lentes espelhadas e têm a cavalo no pescoço auscultadores da década de oitenta.
Falam alto, monitorizando constantemente o impacto que a sua presença está a ter nos demais transeuntes. Desrespeitam facilmente a ordem duma fila indiana (numa padaria, por exemplo) e praticam a insolência com evidente à-vontade. 
 
Interpretação |
A homogeneidade no vestuário e acessórios sugere uma assunção pública, descomplexada, do carinho que os une. Um ritual de comunhão, como o dos recém-casados que exibem orgulhosamente as alianças, símbolos da sua união.
A exposição dos grandes glúteos parece-me um sinal inequívoco de submissão, num curioso paralelo com a linguagem corporal canina.
As duas características supracitadas, somadas à ostentação do fenótipo desnudado, apontam para uma orientação homossexual de carácter passivo.
Toda esta extravagância comportamental indica baixa autoestima e fraca adequação à vida em sociedade, sugerindo valores de QI dois ou mais desvios padrão à esquerda da média numa distribuição gaussiana.

Já remeti esta douta análise ao Smithsonian.

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