quinta-feira, 23 de outubro de 2014


A gente cresce, o tempo passa, e a gente cresce. Num repente temos a vida adulta à perna, as ansiedades, os medos genuínos, os medos parvos - uma infinidade de medos - e vamos perdendo quem éramos. Enterramos as conversas de horas, o puro deleite introspectivo. Agora prazos, metas, responsabilidades e raramente as exigências dos adultos casam com arte ou tertúlias. Há que assegurar que se cumpre, que se supera, que não se fica para trás. De um dia passamos a um mês, passamos a um ano, e inaugurámos afinal um modo de vida.
No meio disto há cabrões que encontram para dividir a vida alguém capaz de achar beleza no cinzento. Alguém capaz de vinte minutos dedicados à música, aos livros, às ideias livres, sejam elas o que forem. Gente abençoada.