quinta-feira, 3 de julho de 2014


Duas coisas que me fazem comichão no céu da boca

Gente que acha que os olhares que recebe na rua legitimam o seu mau gosto sartorial. Uma senhora na casa dos cinquenta, com mais de cem quilos, de leggings brancas justas e sem roupa interior provoca-me admiração, provoca sim senhor. Mas não a admiração que sinto, vamos lá, num passeio estival num bosque norueguês embalado por Peer Gynt. Não. A admiração é mais parecida com aquela que sinto quando passo por um acidente particularmente grotesco: não consigo deixar de olhar, mas a minha vida será sempre pior daí em diante.

Gente que insiste em maltratar os verbos da primeira conjugação usando a primeira pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo em lugar da primeira pessoa do plural do Presente do Indicativo. Nós não "falamos ontem à tarde com fulano tal". Também não "combinamos ontem à noite fazer isto e aquilo". A não ser que tenhamos arranjado maneira de manipular a continuidade espaço-tempo isto não tem sentido. Calinadas gramaticais que viraram moda é denunciá-las à bruta com muita veemência.

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